Dono da Esportes da Sorte é preso em operação contra lavagem de dinheiro

Júlia Moura September 6, 2024
Dono da Esportes da Sorte é preso em operação contra lavagem de dinheiro

Nesta quinta-feira (5), Darwin Henrique da Silva Filho, empresário à frente da plataforma de apostas esportivas Esportes da Sorte, se entregou à polícia e foi preso. A prisão é parte da terceira fase da Operação Integration, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. O mesmo desdobramento da operação levou à prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra. Confira mais detalhes do caso aqui

O escritório de advocacia Rigueira, Amorim, Caribé e Leitão, que defende Darwin Filho, confirmou a prisão e informou que, além de Darwin, sua esposa, Maria Eduarda Filizola, também se entregou e foi presa. Segundo os advogados, o casal compareceu à delegacia na manhã de quinta-feira, prestou depoimento e está à disposição das autoridades. A defesa protocolou um pedido de habeas corpus, atualmente em análise pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). 

Operação Integration 

A operação Integration teve início em dezembro de 2022, quando foram apreendidos R$ 180 mil em espécie e documentos na sede da empresa Caminhos da Sorte, de propriedade do pai de Darwin Filho, Darwin Henrique da Silva. As investigações apontaram uma ligação muito próxima entre essa empresa e atividades ilícitas, levando à quebra de sigilo fiscal. 

A Esportes da Sorte, conhecida por patrocinar grandes clubes como Corinthians e Athletico-PR, também está sob o radar das autoridades. A investigação revelou que a empresa foi utilizada para lavar dinheiro de atividades ilegais, como o jogo do bicho. Além disso, descobriu-se que a empresa comprou dois veículos de luxo, uma Ferrari e uma Lamborghini Urus Performante, por R$ 8 milhões em 2023. Deolane Bezerra confirmou ter adquirido uma Lamborghini Urus Performante por R$ 3,85 milhões no mesmo ano. 

Os investigadores identificaram movimentações atípicas e indícios de crimes financeiros, como compras de veículos de luxo e imóveis, que não condizem com a renda declarada pelos envolvidos. A operação também resultou na emissão de 24 mandados de busca e apreensão, cumpridos em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco e São Paulo.  O Ministério da Justiça e Segurança Pública revelou que cerca de R$ 3 bilhões foram movimentados pela quadrilha de janeiro de 2019 a maio de 2023. O dinheiro foi lavado por meio de empresas de eventos, publicidade, casas de câmbio e seguros, envolvendo depósitos fracionados, transações bancárias, compra de bens de luxo e imóveis.  A Esportes da Sorte emitiu uma nota reafirmando seu compromisso com a legalidade e a transparência, dizendo estar colaborando com as autoridades e seguindo rigorosamente as leis vigentes. A empresa alega que não possui acesso aos detalhes do inquérito e continua a cooperar com as investigações. 

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