Comissão de Jogos aponta que relatório “Jovens e Jogos de Azar 2024” destaca riscos crescentes
O relatório “Jovens e Jogos de Azar” de 2024, da Comissão de Jogos do Reino Unido, revela um aumento preocupante na participação de jovens em jogos de azar e nos riscos associados. Segundo o relatório, 27% dos jovens entre 11 e 17 anos gastaram seu próprio dinheiro em jogos de azar no último ano, um aumento em relação aos 26% de 2023. O relatório destaca atividades populares, como jogos de arcade e apostas entre amigos, ressaltando a necessidade urgente de salvaguardas para proteger os jovens dos riscos de dependência.
Principais descobertas sobre as tendências de jogos de azar entre jovens
O relatório examina o envolvimento dos jovens tanto em jogos de azar regulamentados quanto em não regulamentados. Enquanto 21% dos jovens participam de formas regulamentadas de jogos de azar, como jogos de arcade ou locais licenciados, 15% envolvem-se em atividades de jogos não regulamentadas, fora da jurisdição da Comissão de Jogos.
As máquinas de jogos de arcade são as mais populares, com 20% dos respondentes gastando dinheiro nelas. A aposta com familiares ou amigos é a segunda atividade mais comum, com 11%, seguida por jogos de cartas por dinheiro, com 5%. Esse aumento contribuiu para uma alta de 4% na participação em jogos de azar regulamentados em comparação com o ano anterior.
Também houve um aumento notável nas taxas de jogo problemático entre os jovens. Os pesquisadores classificaram 1,5% dos jovens entrevistados como jogadores dependentes, em comparação com 0,7% em 2023, com mais 1,9% considerados “em risco”.
Ao examinar os padrões de jogos de azar entre os jovens nos últimos cinco anos, os dados revelam um aumento constante na participação e nos comportamentos de risco. Em 2020, a participação era de 24%, subindo para 26% em 2023 e chegando a 27% no relatório de 2024. O aumento das formas de jogos regulamentados, principalmente entre jovens em jogos de arcade e apostas amigáveis, ressalta a necessidade de um monitoramento mais rigoroso dessas atividades acessíveis.
Como as redes sociais e a publicidade impactam os jovens
Mais da metade dos jovens entrevistados relatou exposição a anúncios de jogos de azar, seja na TV, on-line ou nas redes sociais. O relatório destaca o impacto dos canais digitais e dos influenciadores na formação das percepções dos jovens, especialmente quando associam o jogo aos esportes e entretenimento.
Os influenciadores de redes sociais também desempenham um papel significativo. Ao normalizar o jogo como uma atividade acessível e divertida, esses influenciadores podem aumentar os riscos de dependência entre os jovens seguidores. Essa exposição precoce ao jogo normalizado apresenta riscos a longo prazo para a saúde mental e a segurança financeira.
Os problemas de jogos de azar entre jovens vão além do Reino Unido. No Japão, o Centro Nacional de Serviços de Dependência relatou um aumento de 30% nos problemas relacionados ao jogo após a pandemia, impulsionado pelo aumento do acesso ao jogo on-line. Da mesma forma, nos EUA, o Conselho Nacional sobre Jogos Problemáticos descobriu que os homens jovens, de 18 a 24 anos, estão no grupo de maior risco para problemas relacionados ao jogo, em grande parte devido ao aumento das plataformas de apostas on-line. Essas estatísticas internacionais refletem uma tendência crescente em várias regiões, enfatizando a natureza global do jogo entre jovens e a necessidade de abordagens regulatórias coesas.
Recomendações da Comissão de Jogos para proteger os jovens
As recomendações da Comissão de Jogos enfatizam a importância de implementar programas educacionais que abordem os riscos e as realidades dos jogos de azar, idealmente integrados ao currículo escolar. Escolas em regiões com programas de conscientização sobre jogos de azar têm mostrado resultados positivos, como uma redução de 15% na participação juvenil. Isso mostra que a educação estruturada, quando adaptada para conectar-se com os jovens e desafiar conceitos equivocados sobre jogos de azar, “sorte” e risco, pode ser eficaz.
O relatório da Comissão de Jogos de 2024 oferece recomendações claras para enfrentar os problemas de jogos de azar entre jovens:
Educação sobre os riscos dos jogos de azar: As escolas devem introduzir programas educacionais que destaquem os riscos e consequências dos jogos de azar, ajudando a construir conscientização e responsabilidade desde cedo.
Regulamentações mais rígidas sobre jogos de azar para jovens: O relatório defende a reavaliação do acesso dos jovens a certas atividades de jogo, incluindo aquelas consideradas de baixo risco, como jogos de arcade, para proteger adequadamente os jovens.
Supervisão mais rigorosa de publicidade: Para limitar a exposição dos jovens a anúncios de jogos de azar, o relatório recomenda controles mais rígidos sobre anúncios, especialmente on-line e nas redes sociais. Uma supervisão mais rígida pode ajudar a evitar que os jovens sejam influenciados indevidamente pela promoção de jogos de azar em anos vulneráveis.
Um chamado à ação colaborativa sobre jogos de azar juvenil
Tim Miller, Diretor Executivo de Pesquisa e Política da Comissão, afirmou: “O relatório de hoje nos oferece importantes insights sobre a relação dos jovens com os jogos de azar.”
“Quando se trata de formas regulamentadas de jogos de azar, usamos os dados para manter uma revisão contínua e, quando necessário, reforçar o conjunto de proteções para os jovens que exigimos que as empresas de jogos de azar implementem.”
“No entanto, o relatório também mostra que os jovens muitas vezes jogam de maneiras que não exigem regulamentação, como apostar com amigos. No entanto, essas formas de jogos também podem levar alguns a vivenciar danos. Nosso relatório aponta as oportunidades que pais, escolas e outros grupos têm para ajudar a reduzir os danos dos jogos entre crianças e jovens.”
O de 2024 serve como um lembrete crucial para a indústria de iGaming, formuladores de políticas e pais. Com a crescente participação dos jovens nos jogos e os riscos de dependência em ascensão, a necessidade de educação e regulamentação proativa é mais urgente do que nunca.
Proteger os jovens dos possíveis danos dos jogos de azar exigirá esforços colaborativos. Líderes do setor, educadores e formuladores de políticas devem trabalhar juntos para abordar essas questões e reduzir o impacto dos jogos de azar na próxima geração.
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