Adaptando experiências de cassino para a Geração Z: Peter Johns, da IDX Games, compartilha insights

Em um setor de jogos em rápida transformação, atrair a Geração Z — o grupo nativo digital — tornou-se um desafio crítico para os cassinos físicos. Um artigo da Forbes apontou que as gerações mais jovens não têm a mesma predisposição para o jogo que as gerações mais velhas tinham. Além disso, um relatório revelou que visitar cassinos é mais popular entre os mais velhos, com 79% dos Baby Boomers tendo ido a um cassino nos EUA no ano passado.

Em uma entrevista exclusiva à SiGMA News durante o Retiro de Cassinos Físicos da SiGMAna Coreia do Sul, Peter Johns, Diretor Comercial da IDX Games, afirmou que a solução para atrair a próxima geração de jogadores está na integração de tecnologia de ponta, experiências interativas e maior engajamento para capturar o interesse desse público.

“Se estou introduzindo nova tecnologia em uma mesa, ela precisa agregar valor — tanto para o jogador quanto para o cassino”, destacou Johns. “A Geração Z cresceu completamente imersa na tecnologia digital. Eles estão acostumados a experiências online interativas e dinâmicas.” “O benefício para o jogador vem de inovações que tornam a experiência mais envolvente. Não se trata apenas de eficiência, mas de enriquecer a experiência de jogo como um todo.”

Nascida entre 1997 e 2012, a Geração Z é a primeira a viver totalmente inserida na era digital. Descrita como preferindo uma abordagem mobile-first para jogos, essa geração tende a utilizar aplicativos e jogos que oferecem acesso instantâneo e experiências fluidas. Relatórios indicam que esse grupo valoriza interfaces intuitivas, visuais de alta qualidade e tempos de carregamento rápidos.

Enfrentando a falta de confiança da Geração Z

Outro desafio para os cassinos é superar a desconfiança dos jovens em relação às plataformas digitais. “Os níveis de confiança da Geração Z em plataformas online são menores se comparados aos cassinos físicos”, observou Johns. “No entanto, a experiência atual em cassinos pode parecer entediante para eles.” Curiosamente, os cassinos físicos podem ter uma vantagem nesse contexto. A Geração Z tende a confiar mais em marcas com presença física, tornando essencial a integração entre experiências online e presenciais. “Muitos jogos de mesa foram otimizados, mas falta inovação. Precisamos trazer mais empolgação e valor para esses jogos”, disse Johns. Um relatório recente da LaneTerralever, agência de marketing e experiência do cliente, revelou que as gerações mais jovens preferem ofertas não relacionadas a jogos. Cerca de 83,9% dos Millennials e 80,5% da Geração Z afirmaram que comodidades como restaurantes, entretenimento ao vivo e serviços de hotel são cruciais na escolha de um cassino, em comparação com 65,3% dos Boomers e 76,1% da Geração X.

“Nos próximos 15 a 20 anos, os produtos precisam atender ao mercado da Geração Z.”

– Peter Johns

Mesclando experiências de cassino on-line e offline

Johns enfatizou a importância de integrar elementos comuns nos jogos online, como bônus e multiplicadores, aos jogos de mesa ao vivo. “Os cassinos precisam evoluir e trazer elementos dos jogos online que ainda não foram plenamente adotados em ambientes ao vivo”, explicou ele. Enquanto inovações anteriores se concentraram em otimizar a receita, Johns acredita que é hora de priorizar o valor para os jogadores. “Vimos melhorias em jogos como a roleta, mas elas geralmente visam aumentar a receita. Se adicionarmos recursos que façam os jogadores sentirem que estão recebendo mais valor, eles permanecerão e jogarão por mais tempo.” Para a Geração Z, essa mudança é essencial. “Eles estão 100% conectados online e esperam o mesmo nível de interatividade e engajamento ao entrar em um cassino físico”, destacou Johns.

Aproveitando a IA para moldar o futuro dos jogos de cassino

Johns é otimista em relação ao papel da inteligência artificial (IA) na transformação da experiência de jogo. “A IA é extremamente benéfica, permitindo processar e analisar grandes volumes de dados rapidamente e fornecer insights em tempo real”, afirmou. “Por exemplo, em vez de esperar dias por relatórios de analistas, a IA pode dar respostas instantâneas. Você pode literalmente perguntar: “Qual foi meu ganho na noite passada?” e obter um detalhamento completo, ajudando na tomada de decisões proativas.”

Para jogadores da Geração Z, que buscam experiências mais personalizadas e imersivas, a IA pode ser um diferencial. “Também utilizamos IA em nossos produtos fora do jogo para criar experiências interativas e envolventes”, disse Johns.

Preparando os cassinos para o futuro

Johns vê a próxima década como essencial para que os cassinos se adaptem às necessidades da Geração Z. “Os jovens de hoje, na faixa dos 25 anos, se tornarão os clientes de 35 a 45 anos nos próximos anos. Então, por 15 a 20 anos, os produtos precisam atender a esse mercado.” Isso significa adotar novas tecnologias e repensar a criação de experiências que combinem os mundos on-line e offline. “É definitivamente um desafio para a indústria física no momento, e todos precisamos encontrar soluções nos próximos anos.” O conselho de Johns é claro: os cassinos devem inovar ou correm o risco de perder relevância para a próxima geração. “O futuro dos cassinos está na tecnologia, inovação e na compreensão das necessidades dos jogadores mais jovens.”